Bruno Souza
Eu sei que nada sei.

Eu vou ser bem honesto. Não sei o que escrever hoje, eu simplesmente.
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Não sei.
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Talvez seja melhor assim. Eu começo sendo honesto comigo e então sou honesto com você.
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Quem sabe dai eu posso começar algo com você?
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O que pode surgir dai? Um verdadeiro dialogo?
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Você já saiu com algum amigo e sabia antes de sair de casa que queria desabafar, falar sobre algo?
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Ou um primeiro encontro, que você tenta imaginar o que falar e como seguir dali?
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Uma apresentação importante e se prepara para a banca pensando no que vai responder.
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Existem situações muito importantes em que você deve se preparar.
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Mas será que essa situação agora eu preciso me preparar para o que vou escrever?
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Será que de alguma forma você precisa se preparar para o que vai ler?
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Eu acredito que não.
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Eu não tenho que escrever nada para lhe agradar, assim da mesma forma que você não tem que continuar lendo o que estou escrevendo.
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Hoje, assim como em todos os outros dias, eu sou um louco que escreve seus devaneios.
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Hoje eu não sei o que falar para você. Mas talvez isso seja essencial.
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Porque a partir do momento que eu começo a me relacionar sem saber o que esperar de você, eu posso realmente atingir você.
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Imagina um psicólogo que sabe a resposta para todas as suas dúvidas? É apenas impossível.
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Eu já senti tristeza é claro. Você também é claro.
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Mas será que sentimento da MESMA forma?
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Eu não sei, talvez.
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Eu estou disposto a não saber nada e não esperar nada de você.
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Dai então talvez, apenas talvez você esteja disposto a compartilhar comigo algo importante para você.
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Acho que em toda terapia vale mais estar com você ali de verdade, disposto a ouvir e me relacionar com você do que ter que achar a resposta certa para cada pergunta.
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Aliás, isso existe? Resposta certa?
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Talvez você saiba essa resposta, mas eu?
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De verdade.
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Não sei.